Watt: paciência em direção a Londres 2012

Mitchell Watt tem tudo para conquistar uma medalha olímpica durante os Jogos Olímpicos de Londres 2012 / Foto: Hasse Sjogren / DECA Text&BildAustralia - Mitchell Watt tem tudo para conquistar uma medalha olímpica durante os Jogos Olímpicos de Londres 2012.  Medalha de prata no campeonato Mundial em salto em distância em Daegu em 2011 e bronze dois anos antes no Mundial de Berlim, o australiano quer voar ainda mais longe.

Dono de uma das marcas mais expressivas da modalidade, Mitchell Watt acha que pode melhorar a marca de 8 metros e 54 centímetros, conquistada ano passado em Estocolmo, durante uma etapa da Liga Diamante. 

 O australiano fez um diário, que mostra um pouco do que se passa na cabeça de um atleta de ponta na preparação final para as Olimpíadas.    

 

O diário de Mitchell Watt - "Bem-vindo ao meu diário de 2012, um ano olímpico. Eu consegui muita coisa em 2011, mas não terminei  da maneira que eu esperava. Eu ganhei o Troféu Samsung da Liga Diamante, estabeleci um novo recorde australiano, com a marca de 8.54m, em Estocolmo, mas fiquei imaginando o que poderia ter feito se não tivesse uma lesão no tendão de Aquiles, que me atormentou durante as semanas que antecederam Daegu. Senti a estranheza de estar decepcionado com a medalha de prata do Campeonato Mundial.

Olhando pelo lado positivo, estou pré-selecionado para a equipe olímpica da Austrália. Isso traz um pouco de pressão por estar fora da temporada australiana, mas significa que tenho sido capaz de me concentrar a longo prazo.

Eu não competi em tudo na atual temporada. Tenho certeza que os outros atletas gostariam de uma competição e os fãs gostariam de nos ver lá também (Austrália) . Mas eu tenho que pensar grande e focar a minha preparação para estar bem em Londres 2012.

Quando voltei da Europa, no ano passado, fui impedido dolorosamente  de competir. Eu tinha passado um mês fora, mantive minha preparação física regular durante toda a minha folga, e comecei a treinar em outubro.O tendão ainda não estava me fazendo sentir tão seguro. Então voltamos para outra fase de três a quatro semanas de reabilitação e tudo começou novamente. Eu estava ficando um pouco frustrado. No entanto, eu queria começar a minha preparação para Londres me sentindo cem por cento saudável.

Embora nem todas as sessões tenham sido perfeitas, tenho recebido um bom volume de trabalho. Isso exige muito a cada sessão, mas simplesmente não é o bastante para a intensidade a que estou acostumado para esta época do ano. Obviamente, eu adoraria estar competindo novamente, mas após Daegu meu treinador e minha equipe sentiram que eu iria me beneficiar muito mais se ficasse em duros treinamentos, ao invés de viajar pelo país e competir. Estamos só tentando minimizar os riscos neste ano.

Tenho certeza que algumas pessoas pensam que não me ver competindo quer dizer que as coisas não estão indo muito bem. Mas estou muito feliz com a maneira como as coisas estão indo no momento. E é isso também que diz o meu treinador, Gary Bourne. Estranhamente, eu não estou achando frustrante, e estou até curtindo o meu tempo longe da pista, e centrado principalmente na minha corrida, na reabilitação, no trabalho e na academia. Agora, eu sei que esta é a melhor coisa para mim.

Meu objetivo é aprimorar a forma física a partir de agora até o final de maio, ficando melhor semana a semana. Eu não vou para a Ásia, como eu fiz no ano passado. O plano no momento é abrir a temporada na etapa de Nova York da Liga Diamante, dia 9 de junho e depois ir para a Europa. Eu sei que estou saindo atrasado. Isso vem naturalmente para mim. A maioria dos atletas precisa trabalhar seu caminho para a temporada, com meia dúzia de competições. Eu vou fazer isso também, apenas um pouco mais tarde do que o normal".