Tribunal de Madri mantém Marta Domínguez sob suspeita de tráfico de doping

Marta Dominguez exibe medalha após vitória em Barcelona 2010. Depois da operação Galgo, atleta foi suspensa até o final das investigações / Foto: DivulgaçãoMadri - O Tribunal de Madrid manteve essa semana a atleta espanhola Marta Domínguez como suspeita de tráfico de doping, depois de ouvir a campeã do mundo dos 3000 metros com obstáculos.

 

 

 

Durante cerca de duas horas, Marta Domínguez respondeu às perguntas da juíza Mercedes Pérez Barrios, titular do Tribunal de Instrução número 24 de Madri, primeiro na como acusada e depois como testemunha, após fazer juramento.

Fontes jurídicas disseram a agência de informação espanhola EFE, que a duplicidade da qualidade do testemunho levou ao protesto dos juristas presentes, que o consideraram como “uma aberração jurídica”, o que pode levar à nulidade das declarações de Domínguez, aspecto da qual a magistrada discordou.

Marta Dominguez, que vive em Palência, no norte de Espanha, chegou ao tribunal ao início da manhã, acompanhada pelo seu marido e por um advogado. À saída, rodeada de cerca de uma centena de jornalistas, a vice-presidente da Federação Espanhola de Atletismo, com mandato suspenso, assegurou que “nunca” lucrou com nada e “nem administrou substâncias dopantes de ninguém”.

Considerada a melhor atleta espanhola de todos os tempos, Marta Domínguez lamentou os danos morais que está sofrendo: “fizeram muito mal à minha imagem, à minha família e àqueles que são mais queridos”. Questionada sobre por que razão está envolvida neste caso, Domínguez comentou: “porque houve escutas telefónicas”.

Desde que foi interpelada, no dia 09 de Dezembro, a atleta tem alegado inocência e voltou essa semana continuou batendo na mesma tecla. “Quem pode pensar que participei no tráfico de substâncias dopantes? Que fique claro que nunca estive envolvida em tráfico de substâncias dopantes”, referiu a atleta, de 35 anos, grávida de quatro meses.

Marta Dominguez foi detida juntamente com mais 13 pessoas, entre atletas, treinadores e médicos, durante a operação ‘Galgo’, que resultou na apreensão de uma grande quantidade de produtos dopantes.

Seis dessas pessoas, entre elas o treinador de Marta Dominguez, César Perez, foram indiciadas dia 12 de Dezembro por “crime contra a saúde pública” e “tráfico de estupefacientes”, constando na lista o médico Eufemiano Fuentes, acusado de estar no epicentro de uma outra rede de dopagem, especialmente ligada ao ciclismo, desmantelada pela Operação ‘Puerto’