Sucesso marca a Clínica Internacional de Meio-Fundo e Fundo

Participantes da clínica, com Günter  / Foto:  Divulgação CBAt

Bragança Paulista - A Clínica Internacional de Meio-Fundo e Fundo, que começou na segunda-feira (21/3), terminou neste sábado (26/3) nas instalações do Centro Nacional Loterias Caixa de Desenvolvimento do Atletismo, na cidade de Bragança Paulista (SP). A iniciativa da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) foi um verdadeiro sucesso e o ministrante alemão Karl Günter Lange recebeu muitos elogios dos 42 treinadores participantes.
 
“A clínica foi sensacional. O conhecimento e a experiência do Günter são enormes. A quantidade de dados e de informações fundamentadas na ciência e embasadas em evidências nos treinamentos do dia a dia fez uma diferença significativa em relação a outros cursos que já fiz”, comentou Clodoaldo Lopes do Carmo, ex-atleta e treinador olímpico. “A experiência dele não é só com os corredores de Uganda, mas de muitos outros países em que já trabalhou.”
 
Clodoaldo lembra que foi importante também a troca de informações entre os participantes. “Estiveram na clínica os melhores treinadores do País e houve trocas de experiências e discussões sobre ideias pré-concebidas que foram desmitificadas durante as conversas”, lembrou. “A gente torce para que esta iniciativa seja a primeira de muitas e são ações como essa que podem alavancar o atletismo brasileiro.”
 
O treinador Rodrigo Dario também elogiou Günter. “Foi com certeza muito aprendizado adquirido. Não apenas no âmbito das provas, mas também pelo grau elevadíssimo de experiência e conhecimento de Günter. As aulas foram praticamente 90% teóricas e o volume de material que ele nos passou foi imenso”, comentou. “Uma das partes que mais me tocou, foi quando Gunter falou sobre o saudoso Luiz Alberto de Oliveira, treinador de inúmeros atletas olímpicos e mundiais, inclusive Joaquim Cruz e Zequinha Barbosa. Ele citou como uma das ‘invenções’ mais brilhantes do treinamento de fundo o Circuito de Oregon, do qual Luiz Alberto foi idealizador na década de 80, quando já morava nos Estados Unidos. A CBAt foi muito feliz no desenvolvimento dessa ação e espero que mais treinadores internacionais possam compartilhar seus conhecimentos em provas específicas. Com isso, ganham os atletas, treinadores, a confederação e, principalmente, o nosso atletismo.”
 
Para Luiz Fernando de Almeida Paula, a experiência foi maravilhosa. “O evento foi muito produtivo e sei que estou no caminho certo. Agora terei mais controle para aperfeiçoar o trabalho a longo prazo”, disse. “O palestrante domina muito os assuntos relacionados a provas de fundo e de meio-fundo.”
 
Antônio Ferreira, o Ferreirinha, da APA Petrolina (PE), também se mostrou satisfeito. “Tivemos aqui treinadores olímpicos, que também já foram atletas ou que já tiveram atletas em Olimpíadas. Portanto, foi uma experiência enorme. Estou muito lisonjeado de poder participar, pois se trata de um curso que está na última prateleira, uma formação de primeiro nível”, comentou o professor Ferreirinha.
 
Gunter nos três primeiros dias do camping foi muito enfático nas categorias de base (iniciação até o sub-20), em que reitera a importância do desenvolvimento multiesportivo e com isso evitar sempre a especialização precoce. Além disso, deixou claro que se um atleta talentoso for descoberto nessas categorias o mais importante não é uma medalha em eventos internacionais como Mundial Sub-20. Ele acredita que esse atleta deve ser preparado para participar de no mínimo dois ou três Jogos Olímpicos.
Günter desenvolve um trabalho global de preparação de atletas desde a base até a elite, além promover a implantação de centros de treinamento, sistema de formação de treinadores e ciências aplicadas do esporte. Ele tem forte relação profissional com serviços sociais e comunitários, além de levar sua metodologia para países como a China, Indonésia, Malásia, Nepal, Tailândia, e própria Alemanha. Em Uganda, o treinador passou uma temporada entre 2009 e 2013 e retornou em 2019.
 
Atualmente, ele lidera o projeto esportivo de desenvolvimento e trabalha para a Uganda Statehouse como assistente sênior de Educação e Esportes. Fez história nos Jogos Olímpicos de Tóquio ao levar Peruth Chemutai a conquistar a medalha de ouro nos 3.000 m com obstáculos, tornando-se a primeira campeã olímpica feminina de Uganda. Ele é o mentor do treinador de Peruth e de Joshua Cheptegei, ouro nos 5.000 m e prata nos 10.000 m em Tóquio.
 
A iniciativa reuniu 42 treinadores brasileiros de 11 Estados e do Distrito Federal. No final, receberam uma mensagem de Joaquim Cruz, campeão olímpico em Los Angeles-1984 e vice-campeão olímpico em Seul-1988, as duas medalhas conquistadas na prova dos 800 m, por meio de um vídeo. “Quero parabenizar todos os treinadores participantes desse camping e a CBAt por essa iniciativa. Espero que tenham aprendido algo novo. Só aprendendo, o atletismo brasileiro vai melhorar. Temos de sair de nosso mundo simples e entrar no extraordinário mundo competitivo”, falou Joaquim, que trabalha como treinador do Comitê Paralímpico dos Estados Unidos.
 
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