Stefany Navarro vence os 80m com barreiras e o lançamento de dardo

Paranaense treina em pista de terra, usa bambu como dardo e faz musculação com peças de ferro velho / Foto: Wander Roberto/Exemplus/COB

Curitiba - Nenhum obstáculo é grande o bastante para a paranaense Stefany Beatriz Navarro, do Colégio Estadual Dr Marins Alves de Camargo, de Paranavaí (PR). A atleta de 14 anos treina em pista de terra, improvisa um bambu como dardo e faz musculação com sobras de um ferro velho.
 
Apesar das dificuldades, nesta quinta-feira, dia 14, ela subiu duas vezes ao alto do pódio dos Jogos Escolares da Juventude Curitiba 2017 em provas totalmente distintas: os 80m com barreiras e o lançamento do dardo.
 
“Não temos nenhum apoio. O meu professor, Ademir Francisco Nicola (o Mimi) tem uma mini oficina nos fundos da casa onde ele faz todos os aparatos, o dardo com bambu, o peso e o martelo com chumbo e por aí vai. Os atletas fizeram um mutirão pra montar uma academia com peças de um ferro velho e é lá que eu faço musculação. No ano passado, fiquei com a medalha de prata no pentatlo e treinei muito esse ano para conquistar outra medalha. No fim deu tudo certo. Todo o esforço valeu a pena”, disse.
 
Stefany iniciou o dia disputando a final do arremesso de dardo. Apesar do forte vento contra, ela conseguiu a marca de 37,75m no seu segundo arremesso, o suficiente para conquistar a medalha de ouro. Ela foi obrigada a abandonar a prova antes do fim para disputar a final dos 80m com barreiras. E voltou a subir no alto do pódio, com a marca de 12s61.
 
O resultado da final foi aquém do seu potencial. Nas eliminatórias, Stefany venceu a prova com 12s03, com vento a favor e por isso a marca não foi homologada como recorde. Na semifinal, ela marcou o tempo de 12s10, esse sim o novo recorde do campeonato. A marca anterior já durava sete anos e pertencia a catarinense Patricia Kock (12s35, obtida nos Jogos Escolares Fortaleza 2010).
 
Craque no esporte, ótima aluna na escola. Stefany afirmou que se o seu desempenho escolar não for bom para excelente, ela perde a bolsa de estudos. “Quem não tiver desempenho acima de 85 não consegue bolsa e as minhas notas são sempre superiores”, orgulha-se.
 
A medalha de prata no arremesso do dardo ficou com a companheira de treinos de Stefany, a também paranaense Rafaela Barbosa, do Colégio estadual Adélia Rossi Arnaldi, com a marca de 34,42m, a melhor da sua carreira. O bronze foi para Lorena Garcia, da Escola Estadual Pedro Moraes, de Piracicaba (SP), com 33,02m.
 
Nos 80m com barreiras, a medalha de prata foi para a catarinense Gabriela Genevo, do Colégio Dom Bosco, de Rio do Sul (SC), com 12s66. Pamela Ipolito, da Escola Municipal Padre Alipio Martins Pinheiro, de Oratórios (MG), completou o pódio com o tempo de 12s80.

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