Montanha e Mariana mostram a evolução do martelo brasileiro no Troféu Brasil

Com excelentes resultados na temporada, lançadores da B3 Atletismo disputam a competição em São Bernardo do Campo, entre 9 e 11 de junho, em busca de melhores marcas / Foto: Osvaldo F./Contrapé/B3 Atletismo

São Paulo - Wagner Domingos, o Montanha, firmou-se como um dos principais nomes do martelo, no Brasil e no mundo.
 
O lançador da B3 Atletismo, que já conquistou o índice para o Mundial de Londres, disputa o Troféu Brasil, de 9 a 11 de junho, em São Bernardo do Campo, como o dono da 8ª melhor marca mundial da prova (77,21 m). E celebra a evolução do martelo no país, que agora tem Mariana Marcelino, também da B3, como uma promessa para este ciclo olímpico.
 
Tudo começou em 2009, quando Montanha conheceu o técnico esloveno Vladimir Kevo no Grande Prêmio Brasil daquele ano, que foi realizado em Belém (PA). Kevo tinha vindo ao país para acompanhar Primoz Kozmus, que havia sido campeão olímpico do lançamento do martelo no ano anterior, em Pequim. Montanha, recém-contratado pela B3 Atletismo, queria buscar toda a evolução possível na prova. Desafiou a barreira linguística, conversou com o técnico e estabeleceu uma parceria com Kevo que dura até hoje.
 
Com apoio da B3 e da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), Montanha passou a viajar para a Eslovênia para períodos de treinamento e competições. Ainda em 2009, o lançador se tornou o primeiro brasileiro a superar a marca de 70 metros. Evoluindo ano a ano, conquistou, em 2015, uma classificação inédita para o lançamento do martelo masculino, ao ser convidado para disputar o Mundial de Pequim.
 
Mas a grande temporada da carreira de Montanha, de 34 anos, até o momento, foi 2016. No ano da Olimpíada do Rio, o atleta tinha como melhor marca pessoal (e recorde brasileiro) o resultado de 75,47 m, estabelecido em 2014. Apenas em 2016, melhorou essa marca para 75,60 m, depois para 75,62 m, seguido por 76,12 m, até alcançar os 78,63 m, índice olímpico e recorde sul-americano. Montanha, então, levou o martelo masculino brasileiro aos Jogos após 84 anos de ausência e foi finalista olímpico, com a 12ª posição. 
 
A temporada de 2017 já começou promissora. Montanha viajou para a Eslovênia em fevereiro e começou o ano com o resultado de 74,34 m, sua melhor estreia na carreira, em maio. Na segunda competição, já estabeleceu o índice para o Mundial de Londres com 77,21 m, segunda melhor marca da sua vida. 
 
De volta ao Brasil para a disputa do Troféu, Montanha diz que os planos para a temporada seguem como o imaginado. "Estou treinando forte para chegar bem no Mundial. A primeira etapa já consegui, que era fazer o índice, e com uma marca que me coloca entre os oito melhores do mundo. Agora é ir bem no Troféu, mantendo uma média de 75 m, 76 m, nos lançamentos, e torcer para sair um resultado melhor que o 77,21 m", explica.
 
Montanha abre as portas para Mariana na Eslovênia - Dez anos mais jovem que Montanha, Mariana Marcelino, de 24 anos, segue os passos do precursor. De volta à B3 Atletismo este ano, a jovem lançadora passou por um período de treinos na Eslovênia pela primeira vez. Foi durante esse período que bateu o recorde brasileiro pela segunda vez na temporada: 66,64 m, em Zagreb (Croácia), em maio.
 
"O Kevo abriu as portas para o lançamento do martelo do Brasil em 2009. Fico feliz por ter tipo a oportunidade e estar abrindo essa mesma porta para outros brasileiros. A Mariana foi para a Eslovênia, bateu mais uma vez o recorde brasileiro e fez uma ótima marca para o nível sul-americano. Estamos evoluindo e começando a chegar nos melhores do mundo. É uma alegria ver essa evolução", diz Montanha.
 
Mariana espera continuar na sua evolução de marcas no Troféu Brasil e no Sul-Americano (no Paraguai, entre os dias 23 a 25 de junho), afinal, já lançou quase dois metros a mais que em 2016 - o recorde brasileiro que ela havia estabelecido no Troféu do ano passado era 64,90 m. "O planejamento para a temporada era ir bem no Troféu, disputar o Sul-Americano e brigar por uma medalha. Agora, já acho que é possível ganhar o Sul-Americano e ir para o Mundial", explica. 
 
A lançadora fala de Montanha como uma inspiração. "Assim como na prova masculina, a primeira barreira no nível internacional para o martelo feminino é superar a casa dos 70 metros. Ele quebrou, está entre os melhores do mundo, foi finalista olímpico. E, neste ano, pude conhecer o trabalho na Eslovênia, ver como funciona. E observei que não tem milagre, é trabalho. Vi que tenho muito a melhorar ainda, que tenho condições de lançar muito mais longe, até porque as melhores do mundo alcançam o auge após os 30 anos. Então tenho muito o que melhorar física e tecnicamente." 
 
Mais informações: www.B3.com.br/atletismo

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