Márcio Teles disputa o primeiro Mundial da carreira

Após participação olímpica, velocista da B3 Atletismo estreia no torneio em Londres nas eliminatórias dos 400 metros com barreiras neste domingo (6/8/2017) / Foto: Osvaldo F./B3 Atletismo

Londres - Márcio Teles queria ser jogador de futebol, mas o acaso fez com que conhecesse o atletismo. Com apenas cinco anos na modalidade, o velocista da B3 Atletismo já disputou uma Olimpíada e, neste domingo (6/8/2017), compete seu primeiro Mundial. Márcio entra na pista do Estádio Rainha Elizabeth II para correr as eliminatórias dos 400 metros com barreiras a partir das 7h05 (horário de Brasília).
 
Natural de Paracambi (RJ), Márcio jogava futebol. Em 2011, foi disputar a Olimpíada da Baixada, mas problemas na documentação impediram que ele competisse no seu esporte. "Aí me deram duas opções, escolher o handebol ou o atletismo", lembra. Com chuteiras de futebol society, pisou pela primeira vez em uma pista - ganhou os 100 m e ficou em segundo lugar nos 200 m.
 
Com o incentivo da família, Márcio decidiu treinar atletismo em 2012 e procurou o Complexo Esportivo Miécimo da Silva, na capital fluminense. Chegou a desistir da modalidade por um tempo, quando teve seu primeiro filho, mas acabou retornando ao esporte. Passou a correr os 400 metros e, posteriormente, os 400 metros com barreiras, que se tornou sua especialidade. 
 
Em uma rápida evolução, conseguiu o índice para disputar a Olimpíada do Rio, em 2016, ao ser o segundo colocado do Memorial Georges Caillat, em Genebra (Suíça), com a marca de 49s09, seu recorde pessoal.
 
Contratado pela B3 Atletismo para a temporada 2017, Márcio mostrou que a evolução continua. No Troféu Brasil, em junho, tornou-se bicampeão brasileiro dos 400 m com barreiras e correu pela primeira vez abaixo dos 49 segundos. Com o recorde pessoal de 48s94, alcançou o índice para o Mundial e bateu o recorde da competição, que era de Eronilde Araújo desde 2000 (49s05).
 
Prestes a competir na pista que recebeu os Jogos Olímpicos há cinco anos, Márcio segura a ansiedade. "É mágico esse estádio. Na época da Olimpíada de 2012 eu estava soltando pipa, jogando bola. Só vi algumas coisas do atletismo, os 100 m e os 200 m, porque estava começando a treinar", recorda. Sobre a competição, a ideia é ir passo a passo. "O que eu conversei com o Evandro (Lázari, seu técnico) é fazer uma corrida de cada vez, tentar ir passando de fase e, se possível, chegar na final".
 
Thiago do Rosário André passa para a semifinal dos 800 metros - Neste sábado, segundo dia de competições em Londres, Thiago do Rosário André passou para a semifinal dos 800 m. O meio-fundista, que completou 22 anos na véspera da estreia, correu na mesma série que o líder do ranking mundial, o queniano Emmanuel Korir. Thiago foi o terceiro da série com o tempo de 1min47s22 - Korir venceu com 1min47s08, em uma bateria surpreendentemente lenta para o queniano, que está invicto na temporada e tem a melhor marca de 2017 (1min43s10).
 
"A prova foi muito devagar, muito mais do que a gente esperava, porque achei que com um cara de 1min43 na bateria a corrida ia ser bem forte", diz Thiago, que corre seu primeiro Mundial adulto. "Mas aí acabou um esperando o outro. Eu fiz do jeito que o Ricardo (D'Angelo, seu técnico) pediu: acompanhei o queniano e, nos últimos 300 metros, dei uma mexidinha para ver quem estava bem. Quando entrei nos últimos 100 metros, vi no telão que eu estava solto, sabendo controlar, então só administrei e me classifiquei entre os três primeiros". A semifinal dos 800 m será neste domingo (6/8) às 17h15. Darlan Romani, no arremesso do peso, e Tânia Ferreira da Silva, no salto triplo, não se qualificaram à final.

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