Após título, Duda volta ao Brasil como estrela

Duda no Aeroporto de Cumbica / Foto: Divulgação CBAt

Rio de Janeiro -  A Seleção Brasileira que participou do Campeonato Mundial Indoor de Atletismo em Sopot, na Polônia, encerrado no domingo 9, voltou na manhã desta terça-feira 11 ao País. Mauro Vinícius Hilário Lourenço da Silva, o Duda, bicampeão do salto em distância, chamou as atenções no desembarque no saguão do Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos (SP).

Cercado por câmeras de televisão e por dezenas de celulares de fãs, Duda foi a estrela. Em momento algum, porém, como disse, "tirou os pés do chão".
 
"Claro que tenho consciência do respeito que os meus adversários têm por mim. Eles sempre me olham como concorrente ao pódio. E isso ficou muito claro na entrevista coletiva lá em Sopot", lembrou o saltador paulista de 27 anos. "Eles disseram que não importa o início e sim o resultado final", continuou, referindo-se ao fato de ter conquistado o ouro no último sábado na sexta e última tentativa na Ergo Arena.
 
Quanto à recepção da torcida ou da imprensa brasileira, ele faz questão de se manter tranquilo. "Tenho de manter as minhas raízes e saber que continuo o mesmo. Nessa hora é bom ter os pés no chão. Estou feliz pelo que represento para o Atletismo e, ao mesmo tempo, sei que sou mais um atleta", disse.
 
Apesar da longa viagem, estava tranquilo para os vários compromissos do dia com patrocinadores e na viagem já nesta quarta-feira, às 05:50, para o Chile, onde disputará os Jogos Sul-Americanos.
 
"Estou sem dormir direito há alguns dias, mas tenho de apostar na minha condição técnica. Espero fazer uma boa prova em Santiago e, depois, esperar para voltar para casa, rever a família e saborear a comida da minha mãe, em São José do Rio Preto.", concluiu.
 
Quanto às emoções de ter conseguido a medalha de ouro na última tentativa, ele resumiu numa frase. "Vai Corinthians", gritada logo após o salto de 8,28 m. "Foi uma provocação e, ao mesmo tempo, um desabafo. É sempre difícil conseguir o resultado no último momento, embora tenha sempre de acreditar e tentar", admitiu.
 
Nascido em 26 de dezembro de 1986, em Presidente Prudente (SP), o atleta ganhou pela conquista prêmios da IAAF, da CBAt e da BM&FBovespa, seu clube, além de bônus de seus patrocinadores individuais. "Claro que estou muito feliz. É um reconhecimento por todo o esforço feito nos treinamentos. A medalha, porém, não tem preço", comentou ao mostrar a recompensa, guardada na mochila pessoal, com todo o carinho.
 
O técnico de Duda, Aristides Junqueira, o Tide, sempre bem-humorado, disse que seu atleta se vingou dele. "Tiro tanto o coro dele nos treinamentos, que ele me deixou sofrer. Garantiu o ouro no último momento e eu não tenho mais idade para isso", disse sorrindo, o treinador de 68 anos.
 
"Ele é um ótimo menino, esforçado, humilde por natureza, mas ninguém merece tanto sofrimento", completou o técnico, também bicampeão mundial indoor, que negou ter gritado um palavrão ao comemorar o ouro. "Somos todos educados, apesar da grande emoção", complementou.
 
Junto com Duda e Tide, chegaram Fabiana Murer, Thiago Braz, Augusto de Oliveira, Franciela Krasucki, Keila Costa e Anderson Henriques, além do técnico Elson Miranda, os outros representantes do Brasil em Sopot. Anderson viaja ainda nesta terça-feira, às 19 horas, para o Chile. "Vida de atleta é assim mesmo. Só penso em chegar a Santiago e poder treinar um pouco. Quero representar o Brasil da melhor maneira possível", disse o atual campeão ibero-americano dos 400 m, finalista no Mundial em Moscou, em 2013.