Brasileiro de Optimist 2013 promete regatas com alto nível técnico

Os melhores da classe estarão na Represa de Guarapiranga / Foto: Fred Hoffmann

São Paulo - O Brasileiro de Optimist de 2013 pode ser apontado como um dos principais eventos da vela nacional. Isso porque tem o potencial de revelar talentos para as Olimpíadas de 2020 e 2024. Neste ano, o campeonato deve reunir mais de 200 velejadores mirins no Yacht Club de Santo Amaro (YCSA), a partir do dia 18 de janeiro. Isso sem contar as crianças que disputarão a Copa de Estreantes, para ter mais contato com a modalidade. 
 
As disputas prometem ser bastante equilibradas, já que os clubes náuticos do País, principalmente nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio Grande do Sul investem na categoria. Em 2012, o vencedor no masculino foi Leonardo Lombardi, do Rio de Janeiro. Já no feminino, a taça ficou com Santa Catarina com Maria Luiza Cimardi Rupp.
 
"Os velejadores de outros estados poderão conhecer uma raia diferente, um clube diferente, competir com velejadores de todo o Brasil, já para os atletas de São Paulo é de grande valia a oportunidade de encontrar seus futuros adversários em campeonatos nacionais", conta Marcos Biekarck, coordenador de vela do YCSA.
 
O YCSA terá uma estrutura especial para receber os velejadores, treinadores e dirigentes no evento, considerado o maior de vela monotipo do Brasil e que terá patrocínio do Sistema ANGLO de Ensino - Abril Educação. Mais de mil pessoas estarão envolvidas durante as duas semanas de atividades. A competição tem a chancela da Confederação Brasileira de Vela e Motor (CBVM) e chega à sua 41ª edição.
 
Velejadores olímpicos valorizam o evento - Bruno Fontes, representante do Brasil na classe Laser nos Jogos Olímpicos de Londres/2012 e um dos melhores do mundo na categoria, começou sua carreira no barquinho de 2,34 metros. O catarinense espera que novos campeões surjam no Optimist. "É onde tudo se inicia. Sem a Optimist não formamos grandes vencedores na vela. Para chegar a ser um velejador top, tem que fazer essa escola", diz o atleta. "A flotilha de Santa Catarina vem passando por um processo de renovação, mas pode ter um bom resultado no campeonato."
 
O maior medalhista olímpico da vela nacional, Robert Scheidt, começou no Optimist no próprio YCSA e concorda com Bruno Fontes. "A classe é muito importante para se ter a base da modalidade. Este Brasileiro deverá apresentar os futuros campeões da vela nacional, aqueles que representarão o Brasil na Olimpíada de 2020", ressalta.
 
"Temos uma renovação natural nas flotilhas em função da saída dos mais ‘velhos’ e a chegada dos estreantes. A classe também passa por uma reorganização na sua parte de coordenação/administração. Bons ventos sopram", avalia Paulo Gomes, coordenador da classe no Rio de Janeiro. "Com o tamanho do nosso litoral é possível dizer que a prática da vela é possível em boa parte das cidades litorâneas, porém, nem todos os clubes possuem vocação para a vela, ou mesmo contam com estrutura para sediar esse esporte. Velejadores, pais, clubes, federações, todos unidos facilitaria bastante a tarefa de expandir esta classe ainda mais aqui no Brasil."
 
O campeonato tem dois dias para inscrições e medições de barcos, 15 e 16. No dia 17 haverá a regata treino e no dia seguinte estão programadas a cerimônia de abertura e a primeira regata oficial. Antes, como aperitivo, será disputada a Copa dos Estreantes, para velejadores com pouca experiência. A competição terá nove regatas, de segunda (14) a quarta (16).
 
O Optimist tem uma característica especial: seu tamanho pequeno proporciona segurança aos pequenos e tem as funções básicas presentes em todos os outros barcos de monotipo. Crianças e jovens de 7 a 15 anos, com no máximo 60 quilos, são aptas a comandar o veleiro de 2,34m. O barco foi concebido por Clark Mills em 1947, no Estado Unidos.
 
Celeiro de campeões - O YCSA é detentor de sete medalhas olímpicas, 27 pan-americanas, 25 títulos mundiais e inúmeras conquistas de campeonatos brasileiros. Nas fileiras dos campeões estão Alex Welter e Lars Bjorkstrom, ouro em Moscou/80 na classe Tornado. O Yacht Club de Santo Amaro formou o maior medalhista olímpico do País, Robert Scheidt. O velejador soma cinco pódios, sendo duas conquistas de ouro, duas de prata e uma de bronze. Um dos mais tradicionais clubes do Brasil, O YCSA tem 82 anos de dedicação à vela.
 
 
Ficha técnica do Optimist:
 
Comprimento total: 2,34m
Largura: 1,13 m
Deslocamento: 35 quilos
Área vélica: 3,25m²