Hexacampeão brasileiro, Juraci busca o sexto título no Sesc Triathlon Caiobá

Juraci Moreira / Foto: Divulgação

Rio de Janeiro - Com uma relação e importância histórica em sua carreira, o atual hexacampeão brasileiro na categoria elite, Juraci Moreira (Sanepar Paraná/ Novac Sports/ Asics), está de volta ao Sesc Triathlon Caiobá, que terá a sua 26ª edição no próximo domingo (16), no litoral paranaense. “O Sesc Caiobá é referência em provas de triathlon no Brasil pelo tratamento dado pela organização aos atletas e é um exemplo para outros organizadores. Para mim, é a melhor competição da modalidade do País e, com certeza, está entre as melhores do Mundo”, elogia.

Pentacampeão em 1999, 2000, 2004, 2006 e 2008, ele compete preparado para festejar o sexto título. Foi justamente nessa prova, há 21 anos, que Jura decidiu ingressar no triathlon, garantindo nessa trajetória grandes conquistas e o sonho de criança de chegar à olimpíada. Na verdade, até agora, foram três participações em Jogos Olímpicos (sendo o melhor latino-americano em Pequim/2008). E hoje, pode se orgulhar de estar entre os grandes nomes da história do esporte, sendo que em 2013 chegou ao inédito hexacampeonato nacional.
 
Na prova paranaense, foram 17 participações, a última em 2010, quando teve o pneu de sua bike furado, obrigando-o a ficar de fora da briga por mais uma vitória. “Sesc Caiobá é competir em casa. É sempre muito bom. Como Guaratuba, Caiobá é uma praia de veraneio onde passei muitos verões desde criança e foi lá onde conheci o triathlon, em 1993. Na época só praticava natação e fui assistir a prova e fiquei impressionado com aquele esporte. Naquele dia resolvi que iria ser um triatleta e no ano seguinte estreei nessa mesma disputa”, conta.
 
“Volto a competir no Sesc Triathlon Caiobá e levarei no meu uniforme a bandeira do Paraná, motivo de orgulho e incentivo para mim”, comenta Juraci, referindo-se à parceria formalizada para 2014 com os patrocínios da Sanepar e do Governo do Paraná.
 
Para ele, a expectativa é de nova vitória para iniciar uma temporada de forma positiva. “Todo vez o pensamento é vencer, ainda mais sendo no Brasil. Fiquei muito tempo competindo no exterior e agora mais ainda que voltei a representar o Paraná oficialmente. Já estava com saudades da torcida no dia da prova, que é impressionante”, afirma.
 
Além da motivação em tentar um novo hexacampeonato, Juraci tem um motivo a mais para competir bem “em casa”. O apoio familiar. “Minha família sempre está presente e isso faz a prova ser especial”, argumenta Jura, que em todas as vitórias teve o seu pai postado antes da linha de chegada e correndo logo atrás para vibrar. “Ele, sem dúvida, foi um dos que mais me incentivou no triathlon e ele sempre comemorou muito. A galera até brincava falando que ele era o segundo colocado. Virou tradição”, recorda.
 
Há, ainda, a mística da marca olímpica. Nos três anos que disputou a Olimpíada, 2000, 2004 e 2008, venceu a prova paranaense. Mas sem dúvida, a vitória mais emocionante foi a primeira, em 1999, com apenas 19 anos e sobre o ídolo do triathlon, Leandro Macedo. “Aquele momento foi marcante por um paranaense vencer a prova e ainda mais porque superei o Leandro”, conta.
 
No ano seguinte foi a confirmação que estava num excelente momento e pronto para ser o representante do Brasil na Olimpíada, onde o triathlon faria a sua estreia como modalidade olímpica. “Em 2004 e 2008 o mesmo aconteceu. Vitória no ano olímpico, sempre mostrando que estava muito bem nesses anos chaves da minha carreira”, destaca o triatleta beneficiado pela Lei de Incentivo ao Esporte e também sargento do Exército.
 
“A de 2008 foi, sem dúvida, a mais dura e desafiante”, continua. “Corri lado a lado com o Reinaldo Colucci, que acabou sendo o meu companheiro na Olimpíada de Pequim naquele ano, e venci, chegando no meu limite, tendo de ser atendido pelos médicos. A emoção de todos naquele dia, foi incrível. O meu pai, que sempre invade a pista nos metros finais para comemorar comigo, percebeu o meu estado e chorou de emoção. Naquele ano, fiz o melhor 10 km de todos os tempo na prova de Caiobá, 31 minutos”, lembra.