Flavia e Pâmella na torcida pelas ex-companheiras

Pâmella Oliveira, de touca azul  / Foto: Satiro Sodré/AGIFSan Luis de Potosi - Quem nasce no esporte é esportista até a última gota de suor e sangue. E permanece esportista até na terceira idade, independente de trocar a modalidade praticada. Duas atletas que foram filiadas à CBDA estão no México para competir nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara. E apesar do esporte agora ser outro, o triathlon, elas acompanham e torcem pelo esporte de origem.

Pamela Oliveira Nascimento e Flavia Fernandes praticavam natação e polo aquático, respectivamente, ambas por 15 anos. Nestas modalidades chegaram a seleção brasileira. Pâmella, capixaba de 23 anos, disputou sul-americanos e se afastou da natação após a última seletiva para os Jogos Pan-Americanos Rio/2007, na qual não conseguiu o índice exigido. Já a goiana Flavinha, 30 anos, foi a cinco Mundiais de Esportes Aquáticos (Fukuoka/2001, Barcelona/2003, Montreal/2005, Melbourne/2007 e Roma/2009), disputou cinco temporadas no exigente polo aquático italiano e foi capitã da equipe brasileira.

"O que me dá mais saudade é de ir aos Mundiais. A organização e o clima de um Mundial é imbatível. Sempre acompanho o polo e de vez em quanto treino com as meninas no Pinheiros. Vou torcer muito por uma medalha. É a chance da forra contra Cuba que nos tirou o bronze em 2007, o que foi muito doloroso. Só que agora ainda tem o México, que importou cinco americanas e vai ter torcida a favor. E Cuba sempre é complicado, jogam pesado, na força e nos dificulta", disse Flavia Fernandes, que aponta Izabella Chiappini - caçula do time brasileiro com 16 anos recém completados no fim de setembro - como a revelação brasileira.

"Esta eu treinei quando era pequena. Fez outras modalidades, mas acabou no polo, mesmo sem os pais (Rachel e Roberto Chiappini, ex-jogadores, sendo Roberto, atual técnico da seleção feminina) forçarem. Ela tem um potencial muito grande. Antes gostava de treinar, mas não participava dos coletivos com medo do tamanho das outras, mas depois perdeu este receio e vem crescendo muito no esporte", concluiu.

Flavia, que lembra muito Izabela, por ser pequena, sem o biotipo tradicional do polo, mas que se destacava nas competições em quase sempre terminava como goleadora principal. Ela começou a competir no triatlo em 2008, na verdade como biatlo (corrida e natação). Se profissionalizou no ano passado..."a entrada no esporte foi conseqüência de um costume, pois sempre andei de bicicleta, ia pros treinos de "bike", e ainda gostava de correr para aumentar minha capacidade física. Conheci a turma do triatlo, me entrosei, e a entrada no esporte foi conseqüência".

Já Pamela estava desmotivada na natação por não conseguir abaixar seus tempos. Suas melhores provas eram os 800m e os 1500m livre, mas também competiu no estilo borboleta. "A natação explodiu depois de minha saída do esporte. Agora temos ouro olímpico, mais de um campeão mundial, acho que eu era a âncora que prendia o esporte", brincou. Mas sempre acompanho, gosto muito e tenho amigas do Espírito Santo que estão chegando aqui, como a Thamy Ventorin (a natação chega a San Luis de Potosi na tarde desta 4ª feira, 5/10). Como tem meninas se destacando no borboleta agora, como a Daynara - afirmou Pâmella, que acabou no triahtlon meio por acaso.

"Tinha uma equipe masculina que treinava no meu clube, em Vitória/ES, o Álvares Cabral. Pedi pra treinar com eles, peguei gosto e acima de tudo, me motivei pro esporte novamente", concluiu.

Assim como o triatlo, a natação veio para o centro esportivo de La Loma, em San Luiz de Potosi, para a aclimatação visando os Jogos Pan-Americanos de Guadalajara. São Luis de Potosi está a 1900 metros de altitude e a 350 quilômetros de Guadalajara. A natação viaja para a sede pan-americana na próxima 4ª feira, 12 de outubro.