Allan do Carmo conta os dias para ser campeão da Copa do Mundo

Allan do Carmo / Foto: Satiro Sodré

Rio de Janeiro - O título feminino já estávamos acostumados a ver. No próximo sábado (18/10), a baiana Ana Marcela Cunha vai confirmar seu terceiro título da Copa do Mundo de Maratonas Aquáticas, o quarto do Brasil. Mas no mesmo dia, um feito inédito está pra acontecer. Da mesma terra de Marcelinha, vem Allan do Carmo, que matematicamente já é o novo maratonista aquático campeão da Copa do Mundo da modalidade. Mas como manda o regulamento da competição, assim como sua conterrânea, Allan precisa largar na última etapa do circuito da FINA, em Hong Kong, para ser proclamado vencedor da edição 2014.
 
O progresso de Allan é notável. Com uma equipe multidisciplinar a seu dispor desde 2013, o nadador (bronze nos Jogos Pan-Americanos Rio 2007) deixou de lado a irregularidade e vem se destacando no circuito da Copa do Mundo de Maratonas Aquáticas. Um trabalho que começou a se destacar no Mundial dos Esportes Aquáticos de 2013, em Barcelona, Espanha, quando Allan ajudou a equipe brasileira a tornar-se campeã mundial geral. Na ocasião, o atleta baiano foi 7º nos 10km, 5º nos 25km e bronze na prova por equipes, ao lado de Samuel de Bona e Poliana Okimoto.
 
"Foi uma temporada muito boa, um ano muito constante de resultados e desempenhos bons. Só na primeira etapa da Copa do Mundo, quando toda a seleção tinha pouco tempo de treinamento, fiz apenas o 10º lugar. Já em todas as outras, fiquei entre os cinco primeiros, com quatro pódios, sendo duas vitórias. Eu venho com boa média de performances, o que tornou o ano ainda mais especial, pois sabendo que estamos sempre bem, passamos a acreditar mais na gente. Em anos anteriores, não tinha tanta regularidade de brigar sempre no pelotão da frente, tirava um terceiro e depois um nono lugar", garantiu.
 
"Mas o trabalho que vem sendo feito com a equipe multidisciplinar (nutricionista, fisioterapeuta, treinador, fisiologista, massagista, psicólogo), um conjunto que as maratonas vêm formando, tem sido um diferencial importante, ainda mais com a quantidade de viagens que estamos tendo. Eles trabalhando integrados diminui muito nosso desgaste. O ano foi muito bom, não somente pra mim, já que toda a equipe se desenvolveu e foi um ano bom pra todos nós. No feminino, as meninas só não venceram uma das sete etapas da Copa do Mundo. E no masculino, temos um mínimo de dois atletas entre os 10 primeiros", disse Allan do Carmo, que acredita que seu título abre os olhos dos adversários, que vão analisar melhor os pontos fortes e fracos não só dele, como dos demais brasileiros.
 
O técnico de Allan do Carmo, Carlos Rogério Arapiraca, analisou o título de seu pupilo.
 
"Desde o início do ano que fizemos uma programação que viemos cumprindo a rigor. Allan participou de dois Sul-Americanos e os venceu, lidera o circuito brasileiro, faltando duas etapas, com 45 pontos de frente, e sempre fazendo um trabalho integrado com a equipe multidiciplinar visando à Copa do Mundo, em especial esta última prova, na China (no domingo passado, dia 12/10), que daria ao Allan, à Bahia e ao Brasil, um título inédito, o mundial do circuito de maratonas aquáticas", apontou. 
 
"É uma felicidade muito grande em chegar aqui e garantir o título logo na primeira prova. Allan liderava com 25 pontos de frente e bastava o terceiro lugar, mas nadou muito bem e fez um excelente final com o alemão Thomas Lurz (nota: campeão da Copa do Mundo em 2013 e medalhista nas duas últimas Olimpíadas) e consequentemente conquistou o título, bastando largar na última prova, aqui em Hong Kong. Na China, não conseguíamos ver bem a chegada, e quando fui informada da vitória do Allan fiquei emocionado, chorei, porque são muitos anos de luta e não é fácil ganhar um título deste. Entramos pra história pelo primeiro título de um brasileiro neste circuito", concluiu Arapiraca, que lembrou que esta foi a terceira vez que o brasileiro ficou à frente de Lurz, “a primeira vez foi em Cancún, quando Allan foi quarto e o alemão, quinto; depois, em Setúbal, Portugal, Allan passou Lurz no final e garantiu o segundo lugar, com o alemão em terceiro; e agora, também passando no fim da prova, Allan garantiu o ouro, com Lurz ficando com a prata.
 
Os outros brasileiros na disputa serão Diogo Villarinho e Samuel de Bona. Villarinho vem fazendo sua melhor temporada nas maratonas aquáticas, com duas medalhas de bronze conquistadas, incluindo a da última etapa.
 
"Esta é a primeira vez que faço o circuito completo. E tenho ficado entre os 10 primeiros em todas as provas, com exceção da primeira, quando estávamos em início de trabalho. Continuo nadando em piscina, pois treinar e competir nos 1500m livre me ajuda em final de provas de maratonas. Um treinamento complementa o outro. Venho crescendo no esporte e almejo uma vaga na equipe que vai disputar as próximas competições, primeiro na etapa mexicana da Copa do Mundo, depois em Kazan e por fim, nos Jogos do Rio. Vou lutar por isto", concluiu Villarinho, que já foi Top-5 do Mundial Junior da modalidade.
Samuel de Bona teve um ano irregular, mas já começa a se recuperar. Atual bicampeão do circuito brasileiro de maratonas aquáticas, ele também está de olho na seletiva de dezembro. Se garantir a vaga é mais um que vai brigar muito por uma vaga no Mundial e posteriormente pela vaga olímpica.
 
O objetivo geral dos nadadores brasileiros a curto prazo será a prova de 7 de dezembro, na represa Billings, em São Bernardo do Campo/SP, que será uma seletiva masculina para a etapa de Cancún, no México, em abril pela Copa do Mundo 2015, já que no feminino, as escolhidas para o Mundial já estão definidas: Ana Marcela e Poliana Okimoto. Quatro brasileiros serão selecionados na represa paulista, e posteriormente, em águas mexicanas, os dois com melhor desempenho serão escolhidos para o Mundial de Kazan, na Rússia, enquanto os outros disputarão os Jogos Pan-Americanos de Toronto, praticamente na mesma época. O Mundial selecionará para as Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016.
 

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