Sochi ordena matança de cachorros antes e durante as Olimpíadas
Rio de Janeiro - Uma empresa de controle de pestes que vem matando uma infinidade de cachorros nos últimos anos afirmou à agência de notícias Associated Press que tem um contrato para exterminar mais animais durante as Olimpíadas de Inverno, que começam nessa sexta-feira, 7, em Sochi, na Rússia.
A firma em questão, chamada de Basya Services, é dirigida por Alexei Sorokin. Ele afirma que sua empresa faz um trabalho de "captura e eliminação" dos cachorros abandonados, encontrados nas ruas da cidade-sede dos Jogos. O diretor não informa, entretanto, detalhes dos extermínios (se são mortos a tiros ou se são envenenados, nem onde as carcaças são depositadas).
"Milhares de cães de rua perambulam pelas ruas de Sochi e alguns deles estão mordendo crianças", afirmou Sorokin.
O responsável pela empresa disse que recentemente, no ensaio para a cerimônia de abertura das Olimpíadas, no Estádio Olímpico, ele viu um cachorro de rua andando em direção aos atores.
"Um cachorro correndo em direção ao Fisht Stadium, nós levamos ele de lá", afirmou. "Deus impeça que algo assim aconteça na verdadeira cerimônia de abertura. Isso seria uma desgraça para o país inteiro", concluiu.
Segundo a reportagem da agência de notícias, é bastante comum encontrar cachorros abandonados por Sochi e arredores. Por conta das obras relacionadas aos Jogos, eles se mantêm próximos às estruturas, esperando comida dos trabalhadores.
Sorokin se recusa a dar números precisos sobre a matança na região de Sochi, alegando ser este um "segredo comercial".
Outro que já opinou sobre o extermínio foi o legislador Sergei Krivonosov, na região de Krasnodar. No ano passado, ele apoiou os atos, mas assumiu que essa não era "a maneira mais humana" de lidar com o problema da proliferação de cachorros. Segundo ele, as autoridades deveriam encorajar abrigos de cachorros.
Em 2013, após a prefeitura anunciar o contrato para "captura e eliminação" dos cachorros, ativistas protestaram com veemência, levando as autoridades a prometerem que construiriam abrigos para os cachorros abandonados ao invés de mata-los. Até hoje, porém, segundo ativistas, nenhum abrigo foi erguido.
