Russos aprendem a ser hospitaleiros para os Jogos Olímpicos

Sorrir sempre aos turistas é um dos conselhos dos organizadores do curso

Rio de Janeiro - Além das ameaças terroristas, dos altos custos das obras e das polêmicas envolvendo os direitos homossexuais, a Rússia encara um outro problema, esse de longa data, em relação a um estereótipo bastante difundido: de que seu povo é frio, cara fechada e não sabe ser hospitaleiro. 

A Universidade Olímpica da Rússia, aberta em Moscou e em Sochi em 2009 pelo presidente Valdimir Putin e pelo empresãrio Vladimir Potanin, vem treinando gerentes de hotéis em como ser hospitaleiros para que eles possam repassar as "lições" a seus funcionários.

"Aprender como lidar com convidados de outros países é uma especialidade que a gente precisa melhorar - para que eles possam assim entender nossa hospitalidade", afirmou o aluno do curso, Vladimir Shushkin. 

O turismo na Rússia decaiu muito desde a queda da União Soviética e não é segredo para ninguém que Putin enxerga nos Jogos Olímpicos uma chance de reerguer o setor no país, melhorando a imagem da Rússia aos olhos do Ocidente. 

Hoje, não faltam reclamações acerca de serviços básicos para turistas, como bons restaurantes com funcionários bem treinados. Um vendedor americano, por exemplo, afirma que toda vez que saía para jantar enquanto estava na Rússia via a garçonete praticamente jogar seus pratos de comida na mesa e sair logo em seguida.

"Nós temos estudos de casos de convidados difíceis de lidar, como lidar por exemplo com clientes bêbados ou aqueles que pedem coisas impossíveis", afirmou Tatyana Pomyatkinskaya, uma das organizadoras do curso. 

"Por mais que a nossa cidade - Sochi - sedie os Jogos Olímpicos e queira se tornar um resort de primeira-classe, é importante para a gente e para os hotéis onde os turistas ficarão hospedados que o padrão de hospitalidade atinja o padrão internacional", concluiu.