Após "vaquinha", Jamaica tem equipamentos extraviados e perde treinos
Rio de Janeiro - A adorada equipe de bobsled jamaicana enfrente mais um obstáculo no retorno aos Jogos Olímpicos de Inverno após a última participação de 2002.
Após conseguir arrecadar o montante necessário para chegar até Sochi - eles precisavam de U$$ 80 mil e conseguiram U$$ 120 mil em apenas dois dias -, a dupla conseguiu chegar até a cidade olímpica, mas sem o equipamento completo.
Os jamaicanos não puderam participar da primeira rodada de treinos nesta quarta-feira porque sua bagagem, com as lâminas laterais dos trenós, foi extraviada.
"Os trenós estão aqui", afirmou o piloto veterano, Winston Watts. "Mas as lâminas que a gente colocou nosso coração para conseguir, a companhia aérea pode ter deixado lá em Nova York. Nenhum de nós temos roupas também", lamentou.
Watts disse que ele e seu parceiro Marvin Dixon perderam o voo de conexão em Moscou após se atrasarem por causa das más condições climáticas em Nova York. Enquanto os outros atletas do bobsled faziam seus treinos não oficiais na pista do Saki Sliding Center, em Sochi, Watts estava no telefone tentando descobrir o que fazer agora.
Se o restante dos equipamentos não chegar até quinta-feira, Watts disse que a equipe vai pegar emprestado dos outros países para que possam treinar.
"Eu tenho um plano B. Nós temos um monte de gente que querem nos ajudar aqui, então eu estou ansioso para ver o que vai acontecer amanhã", afirmou.
Até que a bagagem extraviada chegue a Sochi, Watts não tem nenhuma roupa além do uniforme de treinos. Mesmo assim, o jamaicano continua sorrindo e não deixa o inconveniente afetar seu humor.
"Não há palavras para explicar como eu me sinto estando aqui. A atmosfera, os fãs, os amigos. É muito excitante. Todo momento é positivo. Nós sempre mantemos o sorriso. Esse é o nosso lema", concluiu.
A equipe jamaicana se tornou um ícone no bobsled, após sua inédita participação nas Olimpíadas de Calgary, em 1988, inspirar o filme "Jamaica abaixo de zero".