Atletas prontos para 18ª edição da Maratona Internacional de São Paulo

Brasileiros em busca da vitória/ Foto: Sérgio Shibuya/MBraga Comunicação São Paulo- Tudo pronto para a 18ª Maratona Internacional de São Paulo, a melhor e maior prova do gênero feita no país. O evento reunirá, no domingo, cerca de 20 mil atletas, divididos pelas várias opções do evento: 42,1 km, 25 km e 10 km, além da caminhada de 3 km.

 

Na manhã desta sexta-feira, alguns dos principais atletas, brasileiros e estrangeiros, conversaram com a imprensa e falaram de suas expectativas para a corrida de domingo. As temperaturas amenas (entre 15 e 20º) e o tradicional jogo de equipe dos quenianos foram os principais assuntos, além, é claro, da despedida das pistas de José Telles.


A largada da elite feminina está marcada para às 7h50 na avenida Jornalista Roberto Marinho, próximo da Ponte Estaiada. Os homens e o pelotão geral sairão às 8h25.

O clima era de descontração entre os brasileiros e timidez entre os quenianos. A coletiva também contou com a presença de Paul Tergat, padrinho da 18ª edição da prova. Os brasileiros destacaram a força dos africanos, mas afirmaram que vão brigar pela vitória.

"É importante mais uma vez participar da Maratona de São Paulo. Tenho um carinho especial por essa prova. Esse ano vai ser diferente, porque estou iniciando o processo de encerramento da carreira. Treinei muito e quero fazer bonito nessa minha despedida", disse José Telles, com mais de 19 anos dedicados ao atletismo.

Apontado como um dos favoritos pelos colegas, e também por Paul Tergat, Damião Ancelmo de Souza contou que está confiante. "Nem eu sabia que tinha tanto prestígio. Desse jeito fico sem graça. Mas estou aqui com boas expectativas e espero fazer uma grande prova, temos que competir focados no resultado", declarou Damião.

Com menos experiência, mas com grande vontade, Geovani dos Santos e Anoé dos Santos Dias também querem configurar entre os melhores brasileiros. "Nunca consegui completar uma maratona. Ano passado participei, mas parei na metade. Treinei bastante e me sinto mais preparado para esta edição", disse Geovani.

"Estou vindo de uma lesão e fiquei um pouco afastado das competições. Será minha estreia em maratonas e espero ir bem. Tomara que eu consiga chegar ao fim", falou o estreante Anoé.

Entre as mulheres do Brasil, a atenção com o clima foi destacada. "Acho que entre 17 e 20º é o clima perfeito para correr maratonas. Todas as provas têm dificuldades, e aqui não é diferente, e com as temperaturas mais baixas é melhor, só não pode chover. Estamos em casa, contando com o apoio das pessoas e apesar da concorrência ser forte, acredito que nós brasileiras estamos bem preparadas", disse Conceição Maria Carvalho Oliveira.

Marily dos Santos demonstrou muita confiança, e independente do clima, quer um lugar no pódio. "Estou em uma boa fase e não poderia ficar de fora da Maratona de São Paulo, a principal prova brasileira. É uma corrida especial para a gente. E não importa se estará frio ou calor, vamos para cima. Vou dar meu melhor, porque sinto que as maratonas estão ‘começando a encaixar’. Com a experiência a gente aprende a correr com a cabeça e pensando no relógio", contou.

Edielza Alves dos Santos concorda com Conceição, e diz preferir as temperaturas mais baixas. "É um privilégio correr a Maratona de São Paulo. Temos concorrentes fortes, mas tomara que com o clima mais ameno possamos conseguir um bom resultado para o Brasil", disse.

Jogo de equipe e pontos críticos

Os atletas brasileiros também destacaram o trabalho em equipe feito pelos quenianos e os pontos mais difíceis da disputa. "Os quenianos fazem muito bem o jogo de equipe, sempre um ajudando o outro, e a gente vê que dá resultado. Nós não fazemos, não é uma tradição nossa, mas é importante começar a pensar nisso. Aqui em São Paulo não é só o preparo físico que conta. Tem que ter cabeça para chegar até o fim. Acho que para mim o momento mais difícil é a partir do km 25, na saída da USP", analisou o experiente José Telles, aos 41 anos.

Laelson da Silva Santana concorda que os brasileiros precisam se unir mais nas disputas. "Nós brasileiros somos muitos amigos fora da pista, mas precisamos levar essa amizade para as corridas. Os estrangeiros fazem isso e faz diferença", disse. "O ponto mais difícil para mim são os túneis, senti bastante esse trecho. No ano passado também tive dificuldade no km 37, não consegui manter o ritmo", lembrou Laelson.

Para Damião a largada e chegada são os mais complicados. "Para mim o início e o fim de prova são os mais difíceis. Sem contar a marca dos 25 km, praticamente a metade da prova. A gente sofre bastante. Não vai ser fácil", declarou.

A timidez dos estrangeiros

Os atletas internacionais chegaram tímidos e discretos ao Brasil. Falaram pouco e procuraram passar despercebidos. Mas o que escondem é o foco e concentração para a 18ª edição da Maratona Internacional de São Paulo.

David Kemboi, atual campeão da prova, resumiu o pensamento do grupo. "Sempre viemos para fazer nosso melhor. De maneira geral estamos muito bem preparados. É meu segundo ano nessa prova e quero ajudar os outros atletas do Quênia a fazerem uma boa prova. Esperamos por uma grande corrida", disse o vencedor de 2011, que fez a marca de 2h20min15s.