Nadia Comaneci vibra com ritmo e alegria de crianças do Rio

Andrea João, Nadia Comaneci e Bart Conner entram na dança / Foto: Alexandre Loureiro/Photo&Grafia

Rio de Janeiro - Somente a participação das cerca de 1.200 crianças a partir dos 4 anos seriam suficientes para tornar o V Torneio Estudantil de Ginástica do Estado do Rio de Janeiro especial. Mas, neste sábado (27), o evento teve, ainda, outras grandes atrações. Entre elas, o palco do evento, um dos mais tradicionais do esporte brasileiro: o ginásio do Maracanãzinho, no Rio de Janeiro (RJ). E lá dentro alguns dos maiores nomes da ginástica e do esporte mundial: a romena Nádia Comaneci e o norte-americano Bart Conner.

 
O ex-atletas bicampeões olímpicos foram convidados pela presidente da Federação do Estado do Rio de Janeiro (FGERJ), Andréa João, e fizeram questão de comparecer ao evento como forma de estimular ainda mais a ginástica no Brasil. Afinal, a idealizadora destaca que este é um dos principais objetivos do Torneio Estudantil. 
 
"Este é um evento inclusivo, onde temos duas metas principais, a inclusão social e o incentivo à pratica esportiva. A nossa proposta é que as crianças se movimentem e, consequentemente, tenham uma vida mais saudável. Aqui, colocamos crianças de grupos, escolas públicas e particulares, clubes de diferentes lugares, confraternizando juntas, sem nenhum tipo de discriminação", ressaltou Andrea João, que acredita no incentivo através de ídolos. 
 
"Trouxemos ícones do esporte para que as crianças se inspirem. Claro que, aqui, a importância maior não é conferir se estão fazendo os movimentos corretos, mas, sim colocá-los para praticar o esporte. O talento pode até ser descoberto, mas o nosso objetivo é motivar", esclareceu Andrea João, lembrando que todos os participantes saíram do Maracanãzinho premiados com medalhas. 
 
E contar com Nadia Comaneci e Bart Conner, que estiveram ao lado de dois dos maiores ginastas do Brasil, Diego e Daniele Hypolito, fez com que o evento ganhasse um brilho a mais. Os quatro encantaram o público, principalmente quando os estrangeiros participaram de uma dança improvisada com músicas brasileiras antes da abertura oficial do evento.
 
"Fiquei muito feliz com tudo isso porque o desenvolvimento da ginástica é uma forma de inclusão social. A criança assiste pela TV e tem o sonho de ser um campeão olímpico. Poder participar de um evento como esse, que incentiva a busca por esse sonho, é muito bom. E também estou muito feliz por voltar ao Maracanãzinho, onde competi há 35 anos", disse Nadia Comaneci. 
 
Idolatrada pelos participantes do Torneio, em sua maioria muito jovens, a ex-ginasta, hoje com 50 anos, afirma que se sente emocionada com tanto carinho. "Sinceramente, não sei de onde eles me conhecem. Acredito que seja uma história passada de geração para geração. Que os pais contem a minha história e isso faça com que as crianças também gostem de mim".
 
O ex-ginasta e marido da romena, Bart Conner, também falou sobre o prazer de participar do V Torneio Estudantil de Ginástica. "Fico muito satisfeito em ver iniciativas como essa. A prática esportiva sempre é muito adequada para que as crianças possam se desenvolver", afirmou o norte-americano.
 
História revivida - Nadia e Bart viram parte de suas histórias relembradas no início do V Torneio Estudantil. Imagens de competições antigas foram exibidas no telão e Lorena Rocha, de 13 anos, e Pedro Barbosa, de 15, reproduziram de uma forma lúdica, trechos das apresentações dos campeões olímpicos. 
 
"Fiquei nervoso porque sabia que não podia errar. Eram os melhores ginastas do mundo me observando, mas deu tudo certo. Tentei imitar direitinho tudo que o Bart fez e fiquei feliz com o resultado", disse Pedro, que treina no Flamengo, assim como Lorena. 
 
Para Nadia, o momento foi de recordações marcantes. "Antes, eu conseguia segurar a emoção, mas hoje é mais difícil. Quando virei para a arquibancada e vi todas aquelas pessoas com as placas com a nota 10 foi muito emocionante", comentou a romena, sobre a participação do público. 
 
Do vôlei para a ginástica - Nas arquibancadas do Maracanãzinho, um medalhista de prata nos Jogos Olímpicos de Pequim/2008. O levantador da seleção brasileira de vôlei naquela edição, Marcelinho, que atualmente defende a Vivo/Minas, prestigiou o Torneio por dois motivos: pela presença da Nadia Comaneci e, o mais especial, pela participação da filha, Marcela, de 10 anos.
 
"Temos aqui uma das melhores atletas olímpicas que o mundo já teve e fico muito feliz por poder participar e apoiar esse evento, principalmente em um momento tão especial para o Rio de Janeiro, que receberá os dois maiores eventos do mundo, que são a Copa do Mundo e a Olimpíada. Nos próximos anos, vários eventos desse nível virão para o Rio de Janeiro e eu, como carioca e apaixonado por essa cidade, vou fazer o que puder para colaborar", disse Marcelinho.
 
O levantador espera que Marcela não seja muito cobrada por resultados. "Não sei se a minha filha vai chegar a ser uma Nadia Comaneci", brincou Marcelinho, que complementou. "O meu intuito não é forçar nada. Mais importante do que ser uma atleta é ter uma socialização grande com as crianças e que ela aprenda algumas coisas que só o esporte pode ensinar", afirmou Marcelinho.