Quatro levantadoras se revezam na equipe catarinense dos Jogos Escolares

Time da pequena cidade de Saudades vence os três jogos com esquema raro, usado por Cuba no tri Olímpico / Foto: Washington Alves/Exemplus/COB

Curitiba - Os esportes coletivos dos Jogos Escolares da Juventude têm algumas regras diferentes das competições adultas. A principal delas é a obrigatoriedade de utilizar todos os jogadores por um tempo mínimo, para que nenhum jovem fique esquentando o banco de reservas por muito tempo.
 
No vôlei, por exemplo, todos os atletas inscritos são obrigados a atuar em um set inteiro. Com isso em mente, e com muitas atletas habilidosas no elenco, o técnico da equipe feminina da Escola Rodrigues Alves, de Saudades (SC), Rodrigo Bilibio, conta com quatro levantadoras na sua equipe.
 
Na manhã desta terça-feira, dia 19, as catarinenses utilizaram duas levantadoras diferentes em cada set e conquistaram a terceira vitória em três partidas. Dessa vez, o triunfo foi sobre a equipe mineira da Escola Estadual Maria de Magalhães, de Araxá (MG), por 2 sets a 0, com parciais de 25/12 e 25/15.  O esquema 4-2 lembra o utilizado pela seleção cubana no tricampeonato olímpico (Barcelona 1992 a Sydney 2000).
 
As catarinenses iniciaram o jogo com Isabelle Cruz e Kamyle Veiga na função. “Jogamos com quatro levantadoras, com características diferentes, o que dificulta a marcação do time adversário. Times com uma levantadora só podem quebrar todo o esquema de jogo se ela se machucar. Acredito que a equipe fique mais equilibrada”, disse Isabelle, de 14 anos e 1,55m, fã da eterna líbero da seleção brasileira, Fabi. “Sou a mais baixinha do time e me espelho muito nela. Para ser profissional como levantadora eu teria que crescer muito, por isso treino também com o objetivo de atuar como líbero no futuro”.
 
No segundo set, o time catarinense atuou com Mariana dos Santos e Beatriz Warkem como levantadoras. “Para não tirar as melhores atacantes, a gente preferiu atuar dessa forma, com várias jogadoras revezando na função. Nosso time joga junto desde que a gente era pequenininha, desde os seis anos de idade. A gente treina nos feriados, domingos, com muita chuva, não importa o dia, não importa o tempo. Acho que temos um time forte com condições de jogar uma competição ainda maior, quem sabe um sul-americano”, considerou Mariana, de 13 anos.
 
As duas principais atacantes da equipe e que não deixaram a quadra em momento algum foram a ponta e oposta Jaqueline Schmitz, de 1,83m e apenas 13 anos, e a ponta Cristini Bulegon. “Nosso time não tem central. Nossa cidade é muito pequena, tem apenas 10 mil habitantes e apenas um colégio”, contou Jaqueline, que tem a quem puxar pelo tamanho.
 
“Meu pai tem 2 metros. Toda a população da cidade é composta por descendentes de alemães. Amanhã (quarta-feira) a gente joga as semifinais e vamos enfrentar o adversário que vier. Nosso time tem muito potencial”, disse Jaqueline.
 
Equipes catarinenses de pequenas cidades do interior do estado costumam subir no alto do pódio dos Jogos Escolares da Juventude, na categoria de 12 a 14 anos. Foi assim entre 2006 e 2008, quando uma equipe da cidade de Nota Trento e que contava com as pontas Rosamaria Montibeller, hoje na seleção adulta, e Karoline Tormena, na seleção sub-23. No ano passado, a equipe campeã no vôlei feminino era da cidade de Guaraciaba, cidade que faz fronteira com a Argentina.
 
Semifinais definidas – Catarinenses e mineiras haviam vencido os dois primeiros confrontos pelo grupo A e se classificaram como primeira e segunda colocadas, respectivamente, para as semifinais da primeira divisão. Pelo grupo B, o Colégio Estadual Cecília Meireles, de Curitiba (PR) ,venceu o Cel, do Rio de Janeiro, por 2 sets a 1, parciais de 25/15, 20/25 e 15/11, e também encerrou a fase de grupo em primeiro lugar.
 
Assim, as semifinais que acontecem na manhã nesta quarta-feira, dia 20, reúnem dois confrontos Sul x Sudeste. A equipe catarinense encara a carioca, ao passo que as paranaenses enfrentam as mineiras. Todos os jogos dos Jogos Escolares da Juventude tem entrada franca.

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