Universidade inglesa apresenta receita de sucesso para Rio 2016

 Zena Wooldridge e Jonathan Grix acreditam que bons resultados só acontecem com investimento e políticas ligadas à área de pesquisa e de ciências do esporte / Foto: Ivo Lima

Brasília - A meta do Brasil para os Jogos Rio 2016 é estar entre os dez primeiros colocados do quadro de medalhas nos esportes olímpicos e entre os cinco primeiros nos paraolímpicos. Para alcançar esse objetivo, não bastam atletas talentosos. É preciso investimento e políticas ligadas à área de pesquisa e de ciências do esporte. A afirmação é dos diretores de Esporte da Universidade de Birmingham (Reino Unido), Zena Wooldridge e Jonathan Grix.
 
Os representantes da instituição britânica proferiram palestra nesta quinta-feira (11.04) sobre como melhorar o desempenho dos atletas com base na experiência do país nos Jogos Olímpicos de Londres. O evento aconteceu no Ministério do Esporte, em Brasília, e contou com a presença de representantes dos comitês olímpico e paraolímpico brasileiros, confederações e secretarias de esporte.
 
Segundo o chefe das Assessorias do Ministério do Esporte, Luis Paulino, o objetivo é estimular que as parcerias com instituições internacionais sejam estendidas para as confederações e secretarias, com foco no desenvolvimento e aplicação de pesquisas na área de esporte. “Birmingham tem ótimas referências nas áreas de preparação de atletas e de ciências do esporte. O Ministério do Esporte assinou recentemente um termo de cooperação com a universidade para ações conjuntas, com o objetivo de estimular o intercâmbio de pesquisa e treinamento, tanto de técnicos esportivos quanto de atletas”, explicou Paulino.
 
A ascensão da equipe olímpica britânica desde os Jogos de Atlanta 1996 impressiona: há 17 anos, o país ficou com a 36ª colocação nos Jogos Olímpicos, com apenas uma medalha de ouro. Em Londres, a nação terminou com o terceiro lugar no quadro geral de medalhas. Segundo Zena, o resultado é conseqüência de uma política voltada para o investimento nos atletas e nas confederações. “É importante assegurar uma governança que tenha foco em uma gestão eficiente dos planos de financiamento. Na Inglaterra, temos os investimentos públicos e um forte apoio dos recursos das loterias quando o assunto é esporte, e as confederações são responsáveis por gerir cada centavo”, disse a diretora.
 
Lei Pelé - O governo brasileiro segue o mesmo caminho, como comprova a regulamentação da Lei Pelé, publicada na edição da última terça-feira (09.04) do Diário Oficial da União. Os comitês Olímpico Brasileiro (COB) e Paralímpico Brasileiro (CPB), além da Confederação Brasileira de Clubes (CBC), terão de seguir diretrizes para receber recursos provenientes das loterias federais (Lei Agnelo/Piva).
 
As entidades esportivas brasileiras deverão disciplinar os procedimentos para a descentralização dos recursos e a respectiva prestação de contas. Esses atos deverão ter descrição detalhada do objeto pactuado, das metas a serem atingidas, das fases de execução do objeto, do plano de aplicação dos recursos e do cronograma de desembolso. Passa a ser condição para o recebimento de recursos públicos a celebração de contrato de desempenho com o Ministério do Esporte, contendo programa de trabalho, estipulação de metas e resultados e critérios de avaliação de desempenho.
 
Desde os Jogos de 2000, o investimento dos ingleses no esporte quase quintuplicou: passou de 60 milhões de libras para 264 milhões de libras nos Jogos de Londres e, até 2016, a previsão é que sejam investidos 284 milhões de libras no esporte olímpico do país.
 
Ciências aplicadas ao esporte - Outro fator importante para o desenvolvimento dos atletas, segundo os representantes da Universidade de Birmingham, é associar e aplicar as pesquisas e a área de ciência ao esporte. “Medalhas são perdidas por causa de segundos. É aí que a ciência do esporte deve entrar: para ajudar a obter o máximo do talento dos atletas”, ressalta Zena. Para o diretor de Relações Institucionais do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Luiz Garcia Junior, a tecnologia aplicada ao esporte é um importante fator para os atletas do paradesporto.
 
“No esporte paraolímpico, temos algumas particularidades em relação aos equipamentos que os atletas utilizam e que podem melhorar a performance. Por isso, as parcerias ligadas à tecnologia do esporte são fundamentais para que o Brasil alcance a meta de estar entre os cinco primeiros colocados nos Jogos Rio 2016”, disse Luiz Garcia. O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) também espera tirar proveito do intercâmbio firmado entre os dois países e pretende estendê-lo a outras entidades esportivas do país. “A ciência aplicada ao esporte é um salto de qualidade para que alcancemos a meta de ficar entre os dez melhores no ranking dos Jogos Olímpicos, já que talento a gente sabe que nossos atletas têm”, afirmou o supervisor esportivo da área de ciência do esporte do COB, Julio Noronha.

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