Grupo acusado de cartel fará a despoluição de lagoas para Olimpíadas
Rio de Janeiro - A despoluição das lagoas de Jacarepaguá e da Barra da Tijuca, obra essencial para os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio, deverá mesmo ser feita pelo consórcio Complexo Lagunar (composto pelas construtoras Queiroz Galvão, OAS e Andrade Gutierrez), como já era previsto.
O grupo de empresas está sendo investigado por suspeitas de fraude em uma das licitações dessa mesma obra. O projeto de limpeza das lagoas faz parte do rol de promessas feitas ao Comitê Olímpico Internacional (COI) quando da candidatura às Olimpíadas.
De acordo com reportagem de julho do ano passado da revista "Época", o grupo havia praticado cartel na licitação para drenagem e despoluição das lagoas. A prática, ilegal, consiste na combinação de preços entre as empresas concorrentes para se definir quem sairá vencedora.
O Complexo Lagunar, à época, ganhou a licitação com uma proposta de execução das obras no valor de R$ 673 mil, apenas 0,07% menor do que o teto estabelecido na licitação. Por conta da denúncia, a situação acabou não andando após o anúncio do grupo vencedor, no dia 19 de junho - uma semana depois da reportagem da "Época".
Segundo a matéria, tudo fazia parte de um esquema de benefício mútuo às empresas em diferentes licitações, na realização de obras públicas. Odebrecht e Carioca Christiani-Nielsen também teriam feito parte do negócio ao vencerem, juntas, outra licitação. Nessa, as empresas vencedoras da despoluição das lagoas saíram perdedoras.
O Ministério Público e o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) foram chamados a investigar o caso porém, até hoje, não chegaram a nenhuma conclusão sobre as acusações.
Com isso, o governo do Rio resolveu dar andamento ao contrato com o consórcio Complexo Lagunar.
A justificativa, de acordo com resolução publicada no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro, é a pressa para cumprimento dos prazos previstos no cronograma olímpico.
